Alguém que sofreu na pele, ou nasceu, com uma alteração que transfigura a sua imagem, por muito que trabalhe a auto-estima, aprenda a desvalorizar a aparência, tem sempre, ao longo da vida, de passar por momentos nos quais é posta a prova. Para alguns com mais, para outros com menos intensidade, praticamente todos acabam sofrendo na "pele" a depreciação do seu corpo, o que produz forte impacto na auto-estima.
Esta "nova" abordagem à tatuagem, como forma de transformação visual de cicatrizes, é no fundo uma forma de ressignificação efetiva das formas deterioradas da pele. Não se trata de mero embelezar, ou tornar "artístico" um "defeito", mas é antes um processo de alteração da essência simbólica de algo que antes era simplesmente negativo, pelo simples facto de mostrar uma deterioração, em algo positivo pelo que oferece de novo à interpretação. Existem casos em que praticamente se esconde, mas noutros as cicatrizes ganham novas leituras, podendo quase dizer-se que oferecem a essas pessoas segundas oportunidades.
Não tenho adjetivos superlativos para este post. Desconhecia esta abordagem utilitária da tatuagem.
ResponderEliminarÉ de facto incrível.
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