novembro 24, 2019

Como se vive sem reconhecer rostos?

Um pequeno, mas intenso, filme de animação põe em evidência um conjunto imensamente relevante de temas que vão do bullying e discriminação à tomada de consciência de patologias neurológicas como a prosopagnosia (não reconhecimento de rostos), passando pela importância da comunicação de ciência, da comunicação audiovisual e animação, assim como dos efeitos da arte na auto-estima. Tudo isto está contido nos 5 minutos da animação "Carlotta's Face" (2018), criada por Valentin Riedl, um neurocientista alemão com interesse em cinema, com a ajuda do animador Frédéric Schuld.
O filme é curto e simples, socorre-se essencialmente do relato na primeira-pessoa de alguém que padece da doença, centrado nos problemas experienciados ao longo da vida, com particular destaque para os tempos da escola. Contudo, a ilustração é soberba, sendo capaz de ilustrar por meio de diferentes metáforas o que sente alguém incapaz de reconhecer rostos, mesmo o seu próprio.
Tendo em conta a particularidade da doença, fica imenso por dizer, muito sobre o que podemos especular, surgindo para mim a maior questão de todas: como sente alguém empatia sem conseguir reconhecer rostos?



Filme acedido via Short.
Mais informação no site do filme.

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