

As imagens estão carregadas de referências aos mundos dos jogos digitais e à PS3 (vejam o que cada uma das estátuas segura nas mãos) divirtam-se a procurar.
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The Savages, 2007, Tamara Jenkins, USA, Fox Searchlight Pictures
O filme abre com o forte contraste entre o lirismo da Sun City coberta de sol e perfeição romantizada com som de caixa de música com a neve que cai à porta da Nursing Home de Buffalo representando um autêntico banho de realismo que nos absorve e nos transporta do filme para o quotidiano do que nos espera. A identificação é grande dado que esta realidade se pode concretizar do nosso lado enquanto filhos ou pais, qualquer uma das situações faz já parte deste século onde cada vez mais a idade perdura sem sabermos muito bem o que fazer com ela.
O screenplay de Tamara é construído na base de acções minimalistas, onde apesar de se apresentar uma realidade dura, ela é contida um pouco à semelhança das emoções que vão assolando Linney e Hoffman. O filme assume totalmente a estética arquetípica do cinema independente americano onde tudo parece acontecer por assim estar predestinado e sobre o qual os personagens têm muito pouco ou nenhum controlo demonstrando amiúde as fragilidades interiores sem nunca se assumirem ou se expressarem abertamente, como que com medo dos eventos a que estão votados. Contudo o argumento vai-se encarregando de através de uma forma quase voyeurista apresentar essas mesmas propriedades que acontecem quando vemos Hoffman chorar na casa de banho ou quando vemos Linney dando a mão ao cão enquanto espera que o namorado atinja o orgasmo.
A realização é toda ela muito segura, muito perfeita e não deixa nada ao acaso desde o contraste entre o Arizona e Buffalo, ao contraste versus proximidades dos dois irmãos (as interpretações de Linney e Hoffman são sublimes) que com a música que acompanha vão criando um eficaz balanceamento entre o drama e a comédia muito típico deste tipo de cinema. Existe sempre um drama maior que a vida que é acompanhado por alguma ironia de quem observa, como quando vemos Linney a praticar aeróbica em frente ao televisor à mistura com os pequenos momentos de humor pelos quais cada personagem vai passando e que no final Tamara fecha com o título do novo livro de Hoffman: "No Laughing Matter: Dark Comedy in the Plays of Berthold Brecht".
Jessica Rabitt é o terceiro personagem a sofrer uma adaptação para o real depois de Mário, o personagem da Nintendo e Homer Simpson. Um trabalho feito no anonimato por Pixeloo, que diz ter enveredado por estas experiências por sentir que o seu trabalho profissional com photoshop não lhe estava a oferecer suficientes desafios.
No vídeo abaixo é possível ver um making-of de 10 minutos que reflecte o trabalho de muitas horas para criar Jessica Simpson. O vídeo reflecte apenas a primeira hora desse trabalho contudo julgo ser muito revelador e enriquecedor para quem pretenda dedicar-se a trabalhar com esta ferramenta.
Novo "jogo" digital, the Graveyard, desenvolvido pelo colectivo Auriea Harvey e Michael Samyn. No seguimento do manifesto, Realtime Art Manifesto, este objecto faz todo o sentido e defende por completo o caminho aí traçado. Não é um artefacto fácil, no sentido em que os objectivos não são concretos e ainda menos evidentes. Contudo é uma obra que procura desencadear um conjunto de emoções e estados de alma através da atmosfera e linguagem não verbal da personagem. Como eles referem, "It's more like an explorable painting than an actual game. An experiment with realtime poetry, with storytelling without words".
Pangea Day is a global event bringing the world together through film. On May 10, 2008, live events in Cairo, Kigali, London, Los Angeles, Mumbai, and Rio de Janeiro will be linked to produce a program of powerful films, live music and visionary speakers. The program will be broadcast live to millions of people worldwide through the internet, television, and mobile phones.
Pangea Day was created by award-winning documentary filmmaker Jehane Noujaim in collaboration with the TED Conference after she won the prestigious TED Prize, which granted her a wish to change the world. Together, Jehane, TED, and the Pangea Day team — led by Executive Director Delia Cohen — have created Pangea Day to harness the power of film to enhance empathy, compassion, and peace.
A famosa corrida "light cycles" do filme Tron (1982) foi agora recreada plano por plano, detalhe por detalhe. Uma das cenas mais memoráveis e referenciadas no mundo da computação gráfica foi reconstruída com recurso à técnica de animação de stop-action com os elementos replicados em cartão. Fiquei aqui a pensar no que terá sido mais complexo, a execução daquela cena em 1981 ou esta em 2007. A ter em conta que os computadores disponíveis no início dos anos 80 não permitiam qualquer tipo de pré-visualização, ou seja tudo o que vemos no ecrã era executado através de código que depois era processado, processo que levava vários dias a calcular (rendering), até os animadores poderem ver o resultado visual das suas linhas de código. A cena agora refeita pelos irmãos Huen é também algo delicada e merece os nossos aplausos, uma vez que parece ter sido feita completamente sem qualquer suporte de produção ou financeiro. A cena original pode ser vista aqui.