tag:blogger.com,1999:blog-5429413.post4180707682913057252..comments2024-03-18T15:35:48.264+00:00Comments on VIRTUAL ILLUSION: Nietzsche, o psicoterapeutaNelson Zagalohttp://www.blogger.com/profile/13107799601113612022noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-5429413.post-70160996067355993082021-02-17T21:42:34.867+00:002021-02-17T21:42:34.867+00:00Heitor, que brilhante texto aqui nos deixou, muito...Heitor, que brilhante texto aqui nos deixou, muito obrigado. Fez-me viajar por entre ideias e conceitos, muito bom. Vou querer ler esse seu trabalho :)<br /><br />Tendo a concordar com a ideia de Nietzsche como esteta, aliás só isso pode justificar que alguém tão pouco metódico tenham conseguido alcançar tão alto patamar de respeitabilidade no domínio.<br /><br />Por outro lado, a metáfora do Deus está morto é uma espécie previsão do desmoronar do ideal cristalizado pela religião que só viria a suceder a partir do final do século xx, com o pós-modernismo. Algo que não compreendi da primeira vez que o li, mas hoje me parece muito claro.Nelson Zagalohttps://www.blogger.com/profile/13107799601113612022noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5429413.post-8735229377148443422021-02-17T21:41:35.461+00:002021-02-17T21:41:35.461+00:00Este comentário foi removido pelo autor.Nelson Zagalohttps://www.blogger.com/profile/13107799601113612022noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5429413.post-5341259362547666552021-02-15T12:16:22.823+00:002021-02-15T12:16:22.823+00:00Assim como a "Morte de Deus", também sig...Assim como a "Morte de Deus", também significada pelo viés da metáfora, é um alerta para a fragilidade dos fundamentos dos valores ditos absolutos, portanto também imóveis e a priori, calcados antes da existência. A morte de Deus é Nietzsche nos mostrando como os valores ocidentais são frágeis, frutos de relações de força, caóticas, não de uma suposta inferência causal de um Motor Primeiro. No crepúsculo dos Ídolos há uma frase lapidar muito importante para a psicologia, curso que estou fazendo: "O homem inventou o ideal para negar o real", portanto colocou no suprasensível, no sumo e eterno Bem, na existência verdadeira para além da vida, etc. Quando a existência está no devir, nos conflitos de forças, no movimento não teleológico e diverso.Heitor de Limahttps://www.blogger.com/profile/04024353191863421410noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5429413.post-32392766171887041542021-02-15T10:31:23.770+00:002021-02-15T10:31:23.770+00:00Nietzsche foi um grande cômico, um grande desconst...Nietzsche foi um grande cômico, um grande desconstrutor, um grande poeta e pensador. Há uma comum ideia, notadamente crítica, de que Nietzsche buscava tanto destruir a moral quanto liberar os homens de suas amarras (vide Rousseau, que Nietzsche não gostava, mas ambos tem uma semelhante visão do que é a sociedade civil). Ao longo do desenvolvimento do seu pensamento, notadamente na segunda fase, em que rompe com Schopenhauer e Wagner, até sua terceira fase com o Zaratustra, texto que encontra uma voz autêntica. A crítica nietzschiana está sobremaneira direcionada à metafísica ocidental, ao cristianismo, à ciência de sua época e à moral de rebanho. O pensador prussiano identificou nessas práticas culturais o que chamou de instinto ascético, a compulsão e o desejo pela pureza, pela Verdade absoluta, pela imobilidade. Ora, se a existência é movimento (como diz Heráclito nos seus fragmentos), tudo o que é imóvel não pode se situar na existência. Como o crivo de crítica dos valores nietzschianos é o que ele chamou de afirmação da vida, em todas as suas contradições, buscar uma imobilidade, uma Verdade absoluta que não aceita perspectivas, uma pureza ascética e por vezes solipsista que nega todo o sofrimento, é negar a vida! Por isso toda vertente do pensamento coloca normalmente a felicidade num além mundo, na cidade de Deus, no mundo das idéias, na teoria de tudo. por isso Nietzsche retoma conceitos como o Amor Fati, ame seu aqui, não o que supostamente viria depois como verdadeira felicidade. Por isso que ele fala do Eterno Retorno, potente metáfora que nos diz para identificarmos momentos de nossas vidas que amamos tanto ao ponto de querer que se repetissem eternamente. Por isso que ele fala do Além-do-Homem (tradução mais correta, segundo germanistas), o sujeito que pensa não como mais uma gota no oceano homogêneo de tudo, mas como se percebendo um Ente diferente, assim como todos o são: diferentes. E afirmar a vida em suas contradições. Nietzsche dizia que negar o sofrimento também é negar a vida: usemos o sofrimento para aprender com ele, sabermos que ele está na vida, está na complexidade de tudo. O bigodudo tinha um projeto muito claro quando queria retomar o modo pré-socrático de filosofar, por isso escrevia poeticamente e fazendo largo uso de metáforas que, compreendidas ao pé da letra, parecem levar a uma utopia ou mesmo, segundo alguns mais extremos, ao nazismo. Até aqui sua crítica floresce: filosofar não hermeticamente e num logicismo sistemático e compulsório, mas filosofar junto com a Arte, que para ele era o máximo de afirmação da vida humana. Estou escrevendo meu TCC sobre Nietzsche, Wittgenstein e o problema de abertura da linguagem.Heitor de Limahttps://www.blogger.com/profile/04024353191863421410noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5429413.post-19725268360688567542020-07-26T19:34:53.007+01:002020-07-26T19:34:53.007+01:00Olá Joaquim
Obrigado pelo comentário. Sobre o exis...Olá Joaquim<br />Obrigado pelo comentário. Sobre o existencialismo, já fui por aqui escrevendo algumas coisas, não que seja, de todo, especialista. Atravessei grandes momentos de total identificação com o movimento, e noutras fases de grande recusa e saturação. <br /><br />Julgo que acabou fazendo a ponte com o realismo do final do século XIX, tornando-se no movimento quase natural do meio do século XX. Muita da grande literatura internacional abraçou o movimento e fez dele o centro da sua motivação. É difícil escapar-lhe, a não ser que não reflitamos sobre nós mesmos, e muitos dos grandes romances são profundos questionamentos do que é ser-se humano.<br /><br />um abraçoNelson Zagalohttps://www.blogger.com/profile/13107799601113612022noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5429413.post-65037067038744329882020-07-17T10:06:04.888+01:002020-07-17T10:06:04.888+01:00Boa resenha Nelson. Também cheguei a Nietzsche no ...Boa resenha Nelson. Também cheguei a Nietzsche no fim da adolescência, por imposição académica, a par de Marx e Hegel e hoje sinto de igual modo o quanto contribuiram para a construção do meu edifício religioso, moral e no valor atribuído ao conhecimento, de forma quase imperceptível.<br />E talvez por isso, por nunca ter encontrado respostas ou fórmulas mágicas que satisfizessem cabalmente as minhas interrogações, nunca pertenci por exemplo a uma igreja, a um sindicato ou a um partido político, embora sempre tivesse preocupações religiosas, sociais e éticas. Mas nunca abri mão de uma condição um tanto distanciada, da liberdade de não pertencer.<br />Mais perceptível foi o meu encontro com o existencialismo e com Sartre, nascendo logo ali um encanto, como que uma fonte de luz e que mais tarde teve ecos com a leitura de Vergílio Ferreira. Se um dia se proporcionar, e não for pedir muito, gostaria de ter a sua opinião sobre esta escola de pensamento.<br />Um abraçoJoaquim Ramoshttps://www.blogger.com/profile/13358349142420921448noreply@blogger.com