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janeiro 21, 2016

Performance de telas vivas

E se a Rapariga com Brinco de Pérola de Vermeer saísse do seu quadro para se encontrar com Van Gogh? Esta foi a premissa para a realização da instalação e performance “Double V: Van Gogh & Vermeer” por parte de um grupo de alunos do Instituto de Belas Artes da Universidade Libanesa, efetuada no âmbito de um festival de artes organizado pela Universidade.




O trabalho consistiu na criação de um espaço e colocação aí de dois atores, tudo pintado seguindo os princípios de cada uma das telas, por forma a criar uma performance ao vivo das representações dos quadros. Impressiona a qualidade da pintura dos espaços, mas mais ainda dos atores que apesar de se moverem mantêm a aura dos quadros, nomeadamente quando em determinadas posições face à câmara.

Estudantes da Universidade Libanesa: Zeinab Al Maaz, Shaza Abou Shakra, Tharwa Zeitoun, Aya Abu Hawash, Zeinab Ayash, Zainab Ayoub, Iffa Mseileb, Fatima Fneish, Mariam Kamaleddin e Mohmd Hussein Mistrah.

A obra tem uma enorme capacidade de criar estranheza e ao mesmo tempo deleite pela fruição do aspeto impressivo oriundo dos quadros apropriados conjugado com a animação do movimento vivo dos atores que se movem e nos olham. É impossível não nos fixarmos no filme, ver e rever e voltar a ver, e admirar-se com a forma como tudo se mantém tão próximo das telas originais. Todo o trabalho de construção de cenário, guarda-roupa, maquilhagem e claro pintura são absolutamente fascinantes, pelo detalhe e modo como nos levam sentir na presença dos originais.

Double V: Van Gogh & Vermeer”, Novembro 2015, Líbano

fevereiro 01, 2013

MonMazes (2013), arte jogável e colaborativa

MonMazes (2013) é mais um trabalho de estudante brilhante realizado no mestrado em Tecnologia e Arte Digital pela Ana Carina Figueiredo, Teresa Abreu e Marco Heleno. Não me surpreende a Ana Carina e a Teresa Abreu já nos tinham dado o belíssimo projecto Entra na Minha Casa, vencedor do Semibreve Award 2012.


Desta vez temos aqui um conceito que me entusiasmou ainda mais porque souberam explorar a convergência de vários elementos de relevo na investigação atual do engageLab - arte, jogo, colaboração e electrónica - tudo num único artefacto. Ou seja MonMazes apresenta-nos um ambiente virtual para onde entramos em conjunto com outra pessoa, e no qual podemos visitar várias obras de Piet Mondrian. Ao entrar nessas obras, que apresentam particularidades gráficas concretas, somos confrontados com a necessidade de conduzir uma esfera até à saída do quadro para poder sair desse ambiente. O mais interessante é que só poderemos levar a esfera à saída, se o fizermos em conjunto com o nosso parceiro. Imaginem isto a funcionar num museu, cheio de crianças em visita, geraria imediatamente um momento de enorme ludicidade contribuindo assim para melhorar todo o envolvimento das crianças com as obras.



Simplesmente adorei. Não é apenas o projecto que é brilhante, o vídeo é também uma pérola, sem qualquer diálogo nem texto, o funcionamento da instalação é demonstrado com um altíssimo nível de inteligibilidade. Reparem como a câmara enquadra o ecrã e os jogadores, como vai alterando entre o espaço físico e virtual, e no final ainda temos direito a um "how to". Só hoje descobri o projecto que foi criado para a UC de Realidade Virtual do primeiro semestre deste ano, leccionada pelo Prof. Paulo Brito. A parte digital foi realizada em Unity e a parte física sobre o Arduino.

MonMazes (2013) de Ana Carina Figueiredo, Teresa Abreu e Marco Heleno

setembro 30, 2012

da instalação para a curta de animação

Snail Trail é uma curta de animação criada a partir de uma técnica de animação inovadora. Depois de criados os elementos gráficos no 3ds Max, as imagens foram projectadas por meio de laser numa superfície fosforescente, e aí foi capturado o movimento, imagem a imagem, com o Dragon Stop Motion. No final as imagens foram editadas no After Effects, tendo sofrido vários efeitos de coloração e duplicação.


A curta surge a partir de uma instalação de escultura a laser homónima criada por Philipp Artus na KHM (Academia de Media Arts de Colónia, Alemanha). Na música o trabalho é da portuguesa Madalena Graça, agora radicada na Alemanha. As imagens foram projectadas sobre uma superfície a 360º que obrigava a audiência a circular em redor da peça para poder seguir o caracol. Devido ao material fosforescente o movimento à superfície deixava rastos que desapareciam lentamente. A instalação tinha uma duração de cerca de dois minutos, enquanto o filme ficou com três minutos.


Como diz Artus, o filme pretendia apenas ser um registo da instalação, mas acabou por se envolver de tal modo com as imagens que o resultado acabou por ser um filme completamente autónomo em termos estilísticos. Podemos dizer que em termos de animação temos aqui algo único, devido ao processo de construção, mas também devido ao trabalho gráfico realizado antes e depois, e toda a sua envolvência em luz, e arrastos de movimento. Em termos de ideia, Artus diz-nos que o trabalho reflecte sobre a evolução da natureza através de largos milénios,
The basic idea of the work is inspired by processes of exponential acceleration, which can be observed at different levels. Thus, the evolution of life proceeds at an extremely slow pace for more than 3 billion years, until it suddenly seems to explode in the Cambrian period. The tools of human beings progress relatively little during the Stone Age until there comes a rapid cultural development during the Holocene. Nowadays, a similar acceleration process is generated by the exchange of information through the internet. From this perspective, the exponential spiral on a snail shell may almost appear like a miraculous wink of nature.
Snail Trail (2012) Philipp Artus


[Enviado por Iuri Monteiro]