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março 27, 2013

What if you had a vision of the future?

Chegou ao fim o concurso da BBC, "What if you had a vision of the future?", com dois vencedores, um de imagem dinâmica, e outro de imagem estática. O prémio da imagem dinâmica foi para a Bulgária, para Marina Koleva, e o da imagem estática veio para Portugal para Leonel David Mendes. Apesar de ser um concurso internacional, ambos os prémios ficaram na Europa. De entre 800 submissões, vale acima de tudo pelo enorme reconhecimento internacional, já que o prémio se fica por um computador até 2500 libras.

Richard Dawkins was here de Leonel David Mendes, imagem vencedora do concurso da BBC, "What if you had a vision of the future?"


Os premiados foram escolhidos com base nos seguintes critérios: "a) Creativity: b) Visual impact; c) Original concept and theme; d) Emotional power; e) Strength of the vision conveyed through visual medium". Assim sendo, se devesse existir um premiado final entre os dois trabalhos, não tenho qualquer dúvida em afirmar que o trabalho do Leonel ganharia. Pela originalidade, visão, metáfora e alcance da imagem que construiu. É aparentemente algo bastante simples e minimal, mas é no minimal que enquanto receptores podemos construir mais significado daquilo que vemos. O nome dado à imagem, "Richard Dawkins was here", ajuda a focar a dispersão de ideias potenciais que a imagem desenvolve, mas não minora o potencial de leitura da mesma. Um dos elementos do júri, Steve Harding-Hill, disse o seguinte sobre a imagem,
"The reason why I picked this drawing is that I thought it is a stunning, simple, thought-provoking image. The idea of our children being led and blinded by technology. It is a very bleak view of the future and the role of technology in it. I thought it was cold, horrific, powerful, but also it was like satire it is almost like it has already come true." 
Concordo, a única coisa que me incomoda neste discurso, e que está em total consonância com o discurso vigente na escolha da melhor animação, que é o pessimismo quanto ao futuro. Apesar de perceber que podemos ver isso na imagem do Leonel, considero que a imagem pode ser muito mais do que isso. Aliás, este é o motivo que mais me afasta da animação de Marina Koleva. Que me parece totalmente subjugada a ideia de um futuro negro, distópico, mas pior que isso é o facto de ser uma ideia muito pouco original. Quantas vezes não vimos já esta ideia explorada pela ficção científica, já perdi a conta ao número de mundos distópicos inabitáveis, desolados, e destruídos pela industrialização selvagem. É verdade que ela juntou um argumento novo, a questão do brincar ao ar livre, versus brincar com os media, e os seus efeitos sobre as nossas crianças. Eu até gosto da animação, que é capaz de nos tocar, mas tenho muitas dúvidas na sua escolha. Aliás, as animações ali apresentadas, são todas de inferior qualidade às ilustrações. Poderia ser a necessidade de obedecer aos 50 segundos, ainda assim tenho visto imensa criatividade em concursos, até de 5 segundos.

A vision of the future from Bulgaria de Marina Koleva, animação vencedora do concurso da BBC, "What if you had a vision of the future?"

A imagem do Leonel tem tantas leituras possíveis, mas sinto que duas se sobrepõem e se cruzam mesmo, por um lado o evolucionismo, por outro lado o mundo mediado. No caso do evolucionismo, e daí a relação com Dawkins, fá-lo de um modo límpido, sem "nuvens negras", deixando a cada um a tendência da interpretação. Aliás essa é uma das razões pela qual a imagem se torna tão poderosa, porque é capaz de nos mostrar, ou de nos fazer questionar, sobre o bom e o mau de algo que sentimos aproximar-se a cada dia que passa. Por outro lado o mundo mediado surge como um efeito evolucionário da espécie, no sentido em que nascemos como bebés de carne e osso, mas crescemos e nos transformamos num conjunto de bits e bytes, transportados por cabos. Estamos a transformar-nos em representações digitais.

março 12, 2013

a partir de um ponto de vista

Trago o videoclip, My Other Love, vencedor do concurso internacional organizado pelo produtor Numonics para o lançamento do seu mais recente album Stream The (Instru)Mentalist. O filme foi realizado por Pedro Zimann, estudante de Design Gráfico no IPCA, e contou com a participação de António Soares, Nuno Ferreira e ainda da Dalila Fernandes, uma ex-aluna minha que já tinha dado provas de enorme maturidade na criação de videoclips no âmbito da licenciatura.


O concurso surgiu como forma de promover online o trabalho de Numonics, um produtor da Florida. Inicialmente foram disponibilizadas as músicas online, e cada concorrente pôde escolher a faixa com quis trabalhar, com a condição de o fazer no formato de "short story". O vencedor levava além da promoção online, 500 dólares. Não sendo muito, e ficando barato para o produtor, ajuda a ambos os lados, se estiverem todos em início de carreira. O trabalho de Zimann foi o escolhido de entre as várias dezenas submetidas. A música escolhida, era curta, dois minutos apenas, facilitando a produção que assim se quedou por um total de seis dias apenas. Um dia para storyboards, dois dias para filmagens, três dias de edição e pós-produção. Sobre o concurso em si Pedro Zimann diz-nos que faz
"muita pesquisa sobre este tipo de concursos, tento escolher projectos de dimensão pequena, tipo este, porque ainda estou a começar nesta área e quero ganhar alguma bagagem técnica digamos."
Não podia estar mais de acordo com esta atitude, pró-activa e criativa. Aliás em total sintonia com tudo aquilo que escrevi aqui no blog há pouco tempo sobre Universidade e Emprego, nas Áreas Criativas. A participação em concursos é algo que recomendo constantemente aos alunos no sentido de darem a conhecer o seu trabalho e criarem uma identidade reconhecida no meio. Porque participar em concursos contribui não só para o reconhecimento do trabalho pelos pares, como contribui para a fixação de objectivos e deadlines, o que resulta na manutenção de uma actividade criativa mais constante.



Em termos estéticos este videoclip apresenta várias dimensões de excelência. Na montagem destaca-se por conseguir sincronizar de forma quase simbiótica com o ritmo musical, o que contribui para que em momento algum se pense que o filme apenas adorna a música. Depois a luz difusa e o preto e branco contribuem para a criação de uma atmosfera que serve para adensar o mistério sobre o que nos vai sendo apresentado. A cereja visual surge a partir do ponto de vista, o acesso ao mundo é limitado a um plano único ao longo de todo o filme. Desta forma limita-se a visão do espectador obrigando-o a imaginar constantemente o que está fora de campo. O lado sugestivo desta forma de filmar mantém o espectador focado na tentativa de desvendar o que se passa, e ao mesmo tempo interessado pelo que vai acontecer a seguir. Tudo em conjunto - montagem, luz, planificação e música - contribuiu para a criação de um projecto audiovisual forte, capaz de nos manter colados até ao último frame. Sobre o plano único, Zimann diz-nos que
"O meu intuito era contar uma história através de um único ângulo, uma câmara, um ponto de vista. É um exercício bastante complicado manter um ritmo narrativo usando somente uma visão, foi um bom teste, penso que correu bem."
Julgo que sim, que correu muito bem, o resultado é uma experiência interessantíssima que quando acaba nos deixa, literalmente, a desejar por mais.

janeiro 15, 2013

Biodroid Zone, 2ª Edição

A Biodroid Zone tem como objectivo identificar conceitos e/ou demos e descobrir talentos na área dos videojogos, facilitando o seu acesso ao mercado internacional. Para tal, na sua primeira edição de 20011/12, promoveu três sessões de pitching de ideias, no Porto, Braga e Lisboa. Os seis projectos apurados passaram então à final de 31 de Março 2012, tendo sido vencedor o jogo AniBaké, de André Pereira e Duarte Gonçalves, do Algarve.


Nesta segunda edição, as sessões de pitching distribuem-se por Lisboa (Universidade Católica, já decorrida), Porto (Alquimia da Cor, 26 de Janeiro, 2012) e Faro (Universidade do Algarve, a 9 de Fevereiro, 2012).

Tal como anteriormente, estas sessões apuram dois finalistas cada, que têm assim acesso à grande final a ocorrer em Abril, em Lisboa. Os seis apurados participam ainda num Workshop de Game Design que lhes é especialmente dedicado, que terá lugar em Março na Restart.

janeiro 13, 2013

CREATE: concurso da OUYA e Kill Screen

Os criadores e financiadores da OUYA juntaram-se à redacção do Kill Screen e criaram um concurso, CREATE, do tipo game jam, para o qual existem 45 mil dólares em premios. A entrega de protótipos começa amanhã, a 14 de Janeiro e segue até dia 23 Janeiro 2013.


Os concorrente precisam apenas de criar um protótipo jogável do jogo, e um vídeo no YouTube sobre o jogo. Todos os candidatos e vídeos serão apresentados, e a 11 de Janeiro serão apresentados os Finalistas. Os vencedores serão oficializados a 18 de Fevereiro 2013. Os prémios incluem 20 mil dólares para o primeiro lugar, mais 5 mil caso consiga lançar o jogo finalizado na OUYA, e ainda 5 mil para cada um dos vencedores de cada uma das cinco categorias: "Most Surprising; Four Bright Buttons and Two Joysticks; Most Immersive; Best Couch with Friends; Pop Your Eyes Out"

As escolas dos premiados serão reguladas segundo três parâmetros: 1) Subjetividade do júri abaixo: 2) O suporte da comunidade (i.e., YouTube likes, Tweets, Facebook likes); 3) O melhor uso do potencial da OUYA.

Felicia Day -- Creator, The Guild
Adam Saltsman -- Creator of Canabalt (itself conceived in a game jam!), Hundreds
Phil Fish -- Creator of Fez
Alexis Madrigal -- Columnist, Atlantic Monthly
Austin Wintory -- Grammy-nominated composer, Journey
Ed Fries -- Co-creator, Xbox; OUYA advisor
Joanne McNeil -- writer, former editor, Rhizome (The New Museum)
Zach Gage -- Interactive artist; Creator of SpellTower


Um aparte ao concurso. Discordo da apresentação do concurso, que tenta subverter a ideia do valor criado pelo indivíduo, do valor de autoria, de expressão de uma visão pessoal do mundo. Sei bem que é feito para seguir o espírito da OUYA, mas é ridículo.
For much of human history, creating a new work of art has been a closed process… That's all changing. A new generation of independent gamemakers all around the world are embracing openness. From impromptu hackathons, to Kickstarted projects, to open beta testing and early build sales, game design is growing more transparent and accessible every day. 
Mais ainda, quando eles depois não seguem o espírito da abertura na tomadas de decisão da avaliação dos jogos a concurso. Apenas um dos três parâmetros é dado à comunidade aberta para se manifestar, os restante ficam reservados à decisão do pequeno grupo que constitui o júri. O que eu não discordo, pois acredito que é esse o modo correcto de fazer. Não podem é tentar vender uma filosofia criativa para os outros, e depois aplicar outra para si próprios.

outubro 08, 2012

Create UNAOC 2012

Create UNAOC 2012 é uma competição internacional de Apps e Jogos organizada pela United Nations Alliance of Civilizations, pelo MIT Education Arcade, e pelo Learning Games Network. O objectivo do projecto passa por potenciar obras que promovam o diálogo intercultural baseado na cultura e experiências dos criadores internacionais.


O funcionamento do concurso é muito semelhante ao que aqui divulguei há umas semanas o Bosch Art Game. Numa primeira fase nao é necessário ter o jogo desenvolvido, pode estar em vídeo, PowerPoint/Keynote, ou uma beta em HTML5 e deve ser submetido até 30 de Novembro de 2012.


A 21 de Dezembro os cinco finalistas serão anunciados, e a cada um será atribuído 5,000 dólares para desenvolver o protótipo até ao dia 15 de Fevereiro 2013. Os cincos jogos serão depois apresentados publicamente no 2013 UNAOC Forum em Vienna, Austria a 27 Fevereiro 2013, aí será eleito o melhor jogo que receberá o Grande Prémio.

Lista de possíveis Tópicos para as Apps/Jogos
gender equality, youth development, migrant integration, religious pluralism, better understanding among individuals of different cultural and religious backgrounds, biased media representation of cultures and religions, and education.
O sítio do Create UNAOC 2012 disponibiliza uma lista de ferramentas, game engines e tutoriais para desenvolvimento de jogos. Além disso disponibliza ainda uma lista de recursos culturais de várias parte do globo para servir de inspiração.

setembro 16, 2012

Competição "Bosch Art Game"

A Holanda está a comemorar os 500 anos da morte de Bosch. Para tal a Fundação Jheronimus Bosch 500 (JB500) que está a organizar as actividades que decorrerão entre 2010 e 2020, acaba de lançar um concurso internacional de conceitos, o Bosch Art Game, para o desenvolvimento de um videojogo sobre Bosch.


Assim estão abertas as submissões de conceitos até ao dia 31.12.2012. Depois em Janeiro de 2013 serão anunciados cinco finalistas. A cada um destes serão atribuidos 2500 euros para desenvolver um protótipo que terão de entregar até Junho 2013. Em Julho é anunciado o vencedor. O protótipo vencedor será depois desenvolvido pela pessoa/equipa que submeteu e será comercializado, ou a JB500 poderá encarregar-se de contratar uma equipa profissional para o fazer. Aqui ficam as regras.

Aqui abaixo deixo alguns quadros para vos abrir a inspiração, algo que de certeza não vos faltará tendo em conta o trabalho de Bosch.

The Garden of Earthly Delights (1490-1510), Museo del Prado, Madrid, Espanha

The Seven Deadly Sins (~1500), Museo del Prado, Madrid, Espanha

Visions of the Hereafter (1490-1500), Palazzo Ducale, Veneza, Itália

Temptation of Saint Anthony (~1500), Museu de Arte Antiga, Lisboa, Portugal

março 08, 2012

Convites para "Black Heaven – O Outro Mundo"

O Virtual Illusion tem 5 convites duplos, oferecidos pela Leopardo Filmes, para a sessão de antestreia de Black Heaven – O Outro Mundo de Gilles Marchand. A sessão decorrerá em Lisboa, no Cinema Medeia Monumental, no dia 13 de Março às 21h30.


Ainda não vi Black Heaven – O Outro Mundo e por isso não posso tecer qualquer juízo sobre o filme, a não ser dizer aquilo que me parece dos materiais que li e das pessoas envolvidas. Os bilhetes que tenho para oferecer aparecem no contexto do enredo do filme, que trata os videojogos e a realidade virtual.
Sul de França. Gaspar é um adolescente feliz que vive com os amigos e a sua namorada Marion. Mas a sua vida vai transformar-se quando conhece a bela e sedutora Audrey. Num videojogo em rede Audrey chama-se Sam e procura um parceiro para morrer...  

A sinopse captou a minha atenção, pelo meio li algumas boas críticas e muito interessantes da Positif, e dos jornais Liberation e Le Monde e que dão conta de "suspense intimista" e uma "atmosfera Lynchiana". Claro que a nomeação para o festival de Cannes ajuda a perceber que o filme deverá ter algo mais do que aquilo que algumas críticas menores parecem não captar. A juntar a isto a descrição que Gilles Marchand faz sobre o modo como criou a ideia para o filme só me deixa com uma enorme vontade de o ver.
Um dia vi um rapaz a jogar um videojogo no meio de uma loja muito movimentada. Ele estava totalmente absorvido. No ecrã, o avatar dele tinha acabado de acordar num quarto de hotel. O corpo de uma rapariga jazia ao seu lado na cama e os lençóis estavam ensopados em sangue, enquanto ele tentava escapar-se à polícia. Quando vi o miúdo a conduzir aquele avatar, era óbvio que ele acreditava estar a viver aquela aventura. Ao mesmo tempo reflecti sobre a possibilidade de os espectadores de cinema poderem viver o mesmo tipo de identificação como a deste rapaz. Foi aí que nasceu a ideia de realizar um filme onde cenas da vida real surgem intercaladas com cenas de uma realidade virtual.

Adorava poder ir à antestreia, mas não estando em Lisboa é impossível. Como tenho apenas 5 bilhetes, não dá para todos, assim precisam de responder a uma questão que vou deixar aqui abaixo, e enviar-me por mail ou facebook. Os primeiros a responder e correctamente ganham, e deverão depois levantar os bilhetes até trinta minutos antes de a sessão iniciar, sob pena de perderem o lugar. Aqui fica a questão,

Black Heaven – O Outro Mundo esteve em competição em que festival?

Trailer "Black Heaven – O Outro Mundo"