dezembro 26, 2012

Magia inacabada

Uma viagem pelo mundo dos sonhos, pela terra dos reis e rainhas dos espaços negativos do design. Visualmente temos aqui uma obra minimalista que se socorre de labirintos assentes na gestão do espaço visual negativo para criar magia a partir do abstracto.


O jogo oferece muito mais do que aquilo que podemos ver no preview dos borrões de tinta preta. Cada nível leva-nos para um conceito diferente, desde atirar água para fazer crescer folhas trepadeiras, a termos de fazer movimentar um globo fluorescente, até termos de construir as próprias plataformas. É um grande labirinto, é um grande sonho, e cabe-nos a nós conseguir sair de dentro do mesmo. Não adianta entrar em detalhes do gameplay, porque a beleza está na descoberta do mesmo.


É inevitável pensar em Journey, até porque podemos ver os seus personagens dentro de The Unfinished Swan quando espreitamos a meio do jogo por um telescópio que vê muito ao longe. Mas senti também que a minha viagem para escapar deste labirinto se aproximava de Ico. Faltou-me apenas uma coisa, que tanto Ico como Journey souberam criar, um(a) companheira(o). Fazemos a viagem sozinhos na pele de Monroe, apesar de termos um Cisne que nos vai indicando o caminho, este nunca chega a ser parte das soluções, nunca chega a ser nosso verdadeiro companheiro de jornada.



Inevitável será ainda classificar The Unfinished Swan como um conto de fadas moderno, na forma de videojogo. A própria interface apresenta-se como um livro com vários capítulos que podemos ir lendo. O jogo cria todo um espaço e atmosfera próprios ao deslumbramento de crianças, tanto com a beleza, como com o mistério do cisne que nos vai fugindo. Com uma dobragem portuguesa de grande qualidade, fica garantida a atmosfera mágica. The Unfinished Swan é um dos grandes jogos de 2012.

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