julho 16, 2012

um Império no mundo da Animação

Trago uma curta que saiu em Dezembro 2011 por altura do 110º aniversário de Walt Disney, como são muitas as coisas que me chegam vou guardando e algumas acabam por ser apenas analisadas muito tarde. Foi o caso desta curta, D. on Ice (2011) de Ale McHaddo, que acreditei ser algo completamente diferente quando me chegou.


D. on Ice baseia-se no mito urbano de que Walt Disney não terá sido sepultado mas criogenizado. A partir daí encena um ressuscitar passados 200 anos da sua morte, o que nos coloca em 2166. Ao acordar Walt Disney é levado a visitar o seu império, e é-lhe explicado como os seus sonhos foram implementados enquanto esteve "no gelo". Desta forma o filme trabalha o futuro, e muito do presente daquilo que é e será, ainda que de modo figurado, a Disney.



D. on Ice é um filme que todos os que trabalham no mundo da animação vão gostar de ver, reflecte sobre o estado da arte actual e o seu futuro. Claro que atira essencialmente ao actor principal que é a Disney, mas não é apenas disso que se trata. Temos aqui uma curta que executa uma crítica social em profundidade ao meio, e que julgo que é preciso ouvir e reflectir. Ouvi algumas vozes levantar-se contra o filme, porque estaria de alguma forma a endeusar Walt Disney, mas não é disso que se trata aqui, é sim da arte da animação. De lhe reconhecermos o valor enquanto arte, e não como mera indústria de produção de lucros.




Uma última nota, o filme é brasileiro o que me deixa ainda mais satisfeito. Foi criado pela 44 Toons que é uma empresa de São Paulo que trabalha a animação em vários suportes - tv, cinema e jogos. O fundador da 44 Toons, e realizador desta curta, Ale McHaddo é ainda professor de game design na Universidade Anhembi Morumbi aonde trabalha com colegas como a Adriana Kei da Cats in the Sky.


D. on Ice (2011) de Ale McHaddo

2 comentários:

  1. Olá Nelson,

    fico contente que tenha apreciado este trabalho. De fato, D. On Ice é um dos melhores trabalhos do Alê, se não o melhor. É ácido e singelo ao mesmo tempo. Obviamente este curta recebeu, ao ser divulgado na rede, muitas críticas (boas e más). No entanto, não há como deixar de reconhecer que podemos identificar diversas situações tão próximas da realidade. Afinal, a ficção só existe porque nos baseamos em nossa realidade, não?

    Abs,


    Adriana Kei

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  2. Oi Adriana

    Sim gostei muito, ele deveria ter concorrido a alguns festivais com a curta. De certeza que muitos animadores iriam apreciar e lançar discussão sobre o assunto.

    abraço e obrigado pelo comentário

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